sexta-feira, 18 de março de 2011

Já perdi um pouco da linha entre o que deveria sentir e o que de fato estou sentindo. Era para não sentir nada? Mas o que é isso, é vazio? Não, amor, vazio é outra coisa, é muito diferente disso, você está completamente bem. No que penso então, à noite, antes de ir dormir? Porque acostumei-me, ainda que a contra-gosto, às madrugadas de reflexões sobre o amor, sobre o sofrimento, e toda aquela desordem que chegou a ser meu coração. Agora que a estabilidade voltou já não sei mais o que fazer, como se fosse errado, como se já não fosse eu. As borboletas no estômago já morreram, mas não restou tristeza. Não restou nada... O que faço?
Por um momento esqueci-me do quanto amo-te, Língua Portuguesa. Como te acho linda, como te quero. Ainda que tenha me entretido brevemente com outros, é você, flor do Lácio, que me preenche e traz sentimentos tão ternos. Outros idiomas não possuem tal transparência e, ao mesmo tempo, profundidade. E por mais que eu ainda não tenha essa intimidade invejada por muitos, espera-me, querida, que um dia ainda brilharei muito com suas palavras. ♥

quinta-feira, 10 de março de 2011

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Oh meu Deus, me dá um amor bonito, desses que canta Chico Buarque, que quero voltar a acordar com os olhos de felicidade. Me dá um amor bem bonito, desses de que tanto falam as novelas, porque quero sentir o gosto de ter alguém ao meu lado. Um amor lindo, quem sabe de Pessoa, Caio F. ou Clarice. Um amor de dias chuvosos como está chovendo agora, que em dias chuvosos sinto falta do passado.Ah, Deus meu, quem sabe um amor desses de longas ligações no telefone, ou extensas cartas escritas à mão, amor de sedução ou de olhares silenciosos. Amor de mãos dadas, terno e seguro. Amor de sinceridade e carinho. Por favor, meu Deus, me dá um amor bem bonito, desse que já tive um dia, porque a saudade é grande e a solidão grita aqui perto...

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

"(...) Depois viu as duas abraçadas, e em vez de gritos, murmúrios, e em vez de risos, lágrimas, às vezes perguntamo-nos por que tardou tanto a felicidade a chegar, por que não veio mais cedo, mas se nos aparece de improviso, como neste caso, quando já não a esperávamos, então o mais provável é que não saibamos que fazer, e não é tanto a questão de escolher entre o rir e o chorar, é a secreta angústia de pensar que talvez não consigamos estar à altura"
- Saramago